No Palácio do Planalto, estudantes apresentaram o documento de reivindicações durante a Jornada de Lutas organizada pelas entidades. Fernando Haddad e Gilberto Carvalho também participaram do encontro
Essa última quinta-feira (24) foi marcada pelo grande passo que a tradicional Jornada de Lutas, promovida pela União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e a Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), conquistou. A presidente Dilma Rousseff recebeu, no Palácio do Planalto, uma comissão de 20 estudantes universitários e secundaristas para entregar a pauta que defende incondicionalmente que 10% do Produto Interno Bruto (PIB) e 50% dos recursos do fundo social do Pré-sal sejam destinados para a educação.
Sob liderança dos presidentes da UNE, Augusto Chagas, e da UBES, Yann Evanovick, o grupo de estudantes, que contou com a presença do presidente da UEE-SP, Carlos Siqueira, e do presidente da UPS, Tarciso Boaventura, foi recebido, num primeiro momento, pelo secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e em seguida todos se reuniram com a presidente Dilma, acompanhada do ministro da Educação, Fernando Haddad.
A audiência com a comissão não estava na agenda da presidente, mas os estudantes foram recebidos logo após a cerimônia de assinatura de convênios para construção de creches no país. Durante a conversa, os estudantes solicitaram que as conquistas obtidas no Congresso Nacional não sejam vetadas em decorrência da ortodoxia na política econômica atual, refletida no corte de 50 bilhões, atingindo o financiamento das universidades.
Augusto Chagas deixou claro, durante o encontro, que não há como melhorar as universidades e as escolas se não houver investimento em educação. "A presidente Dilma foi muito solicita em nos receber sem nem mesmo marcar horário. Nós apresentamos uma emenda ao PNE (Plano Nacional de Educação) para que sejam destinados 10% do PIB para a educação. Os 7% que estão na proposta do governo, a presidente Dilma já se comprometeu a atingir até 2014. Em nossa opinião, é possível atingir os 10% nos próximos dez anos”.
Yann Evanovick também avaliou que esse é o momento certo para se discutir o percentual do PIB que deve ser aplicado em educação. “O ano de 2011 é o ano da educação e de planos para essa área. Caso contrário, apenas em 2020 voltaremos a essa discussão sobre investimentos. E a qualidade da educação está diretamente ligada aos investimentos”,
lembrou.
Durante a Jornada de Lutas, as entidades também apresentarão suas outras 59 emendas ao PNE. Elas serão divulgadas por meio de parlamentares de partidos que já se comprometeram com as reivindicações dos estudantes.
A grande passeata em Brasília
Uma grande manifestação na Esplanada dos Ministérios antecedeu o encontro com a presidente da República. Cerca de 10 mil estudantes se concentraram no Museu Nacional Honestino Guimarães e marcharam até o Congresso Nacional, onde fizeram uma simbólica ocupação no gramado. Depois, mergulharam no espelho d’água lavando a alma para chamar a atenção sobre a importância de mais investimentos para a educação.
Carregando cartazes com as reivindicações, alguns estudantes tinham o rosto pintado e, outros, trajes completos apontando a pauta em questão. Mas, o que mais chamou atenção foi a criatividade de paraquedistas que chegaram à Esplanada no melhor estilo, com bandeiras das entidades nas mãos.
Durante a semana, cerca de 120 atividades em universidades públicas e privadas e mais de 40 passeatas ou atos de rua em quase 80 cidades de todos os estados aconteceram em prol da educação e de bandeiras locais aos protestos, como a luta pela melhoria dos transportes públicos. A presidente Dilma recebeu em mãos mais de quatro documentos enaltecendo a importância de se investir nessas áreas no Brasil.
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