Quando se é um jovem LGBTT na América Latina o maior desafio imposto todos os dias é estar vivo.
Sobreviver é a resistência mais hostil e
vitoriosa. Os números alarmantes de violência a populações vulneráveis
na história recente do nosso continente comprovam como o patriarcalismo,
matriz de todas as opressões, ceifas vidas, oportunidades e até a nossa
vida democrática, seja através do controle simbólico da nossa
sexualidade com heteronormatividade em todo canto ou com a violência
levada ás últimas consequências em xingamentos e ataques físicos .
Devido a luta ser por algo mínimo que é o
direito à vida, muitas das vezes o movimento LGBTT na América Latina
dedica-se quase que exclusivamente a lutar pela garantia da dignidade
humana e contra a eliminação física, uma ameaça que infelizmente ainda
está muito presente no cotidiano dessa população quanto acordar e
escovar os dentes.
Ninguém será capaz de negar as vitórias
alcançadas pelos LGBTT nessa nova América Latina, como a garantia
jurídica de reconhecimento dos mesmos direitos de uma união estável e a
aceitação da visibilidade e existência da homoafetividade, pela primeira
vez com as cores de seu próprio povo, com governantes escolhidos
democraticamente, oriundos de classes populares e de lutas contra a
repressão que já nos assolou, com homoafetivos cada vez mais presentes e
visíveis na mídia e até nas tribunas de câmaras e assembleias
legislativas. Mas é preciso de mais, de bem mais na verdade se querermos
verdadeiramente um continente menos violento, mais justo, democrático e
com um pacto com a emancipação humana.
É necessário enquanto movimento venha a
combater outras formas de violência, principalmente a psicológica e
simbólica, e que a solução para a lesbofobia, transfobia e homofobia
seja por uma via educacional, numa escola e universidade pública e de
qualidade que zele pela laicidade e também por uma lógica inclusiva
estabelecendo uma cultura de alteridade e respeito. Engana-se quem
imagina que o único obstáculo apresentado será combater o preconceito no
cotidiano das instituições educacionais através de estratégias de
convivência entre estudantes das mais diferentes orientações sexuais e
de gênero, o maior desafio será retirar a educação da gama dos
privilégios para a população LGBTT, tratá-la como uma prioridade, já que
o acesso a esse direito é um fomentador de cidadania, justiça,
igualdade e humanismo.
Nós do grupo LAMBDA acreditamos que a
desassistência educacional a qual a população LGBTT principalmente mais
jovem é submetida é uma das formas de violência mais cruéis e por isso
convidamos a todos a essa luta por emancipação humana, porque para ser
feliz é preciso de um pouco mais do que estar vivo, é necessário
cultura, educação e arte, de saída para qualquer parte .
Fonte: LAMBDA
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