terça-feira, 10 de julho de 2012

Ativistas reforçam necessidade de uma política em saúde para a população negra


O último dia do fórum Enfrentando o Racismo Institucional para Promover a Saúde Integral da População Negra no SUS discutiu a atuação do governo e da sociedade civil para a garantia da saúde desta população. 

A ativista Lúcia Xavier, coordenadora da ONG Criola, pediu mais atuação dos movimentos sociais em defesa dos afro-descendentes. “Além disso, o governo deve reconhecer que há um sistema desigual e que o racismo é praticado sim no sistema de saúde”, disse.
Carmen Hein Campos, do Comitê Latino-americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM), lembrou o caso de Aline Pimentel, jovem que morreu em 2002 após passar horas esperando pelo parto induzido e pelas cirurgias subsequentes. “Este episódio foi emblemático e demonstra como o racismo acontece no dia-a-dia”, comentou.
Lúcia enfatizou que o caso de Aline Pimentel não é exceção no País e que somente uma mudança de política pode alterar a situação atual. “Não adianta trocar o funcionário por outro igual. É preciso trocar uma política que todo dia deixa uma população morrer”.
Para ela, é essencial incluir o racismo como principal impedimento para a população negra em seu cotidiano. Lucia acredita que a política pública atual cumpre em parte seu papel, mas ainda deixa lacunas na efetivação dos direitos dos afro-descendentes. “Sem o reconhecimento é impossível reivindicar direitos e fazer acontecer. Ainda não há investimento no fortalecimento da participação dos movimentos sociais por parte do governo. O enfrentamento ao racismo institucional ainda é a nossa pedra no sapato”, comentou.
Reginaldo Alves das Chagas, do Departamento de Apoio e Gestão Participativa do Ministério da Saúde, também reforçou a importância da participação social para “aproximar o SUS que está nas leis e do SUS da realidade.”
O evento
O fórum Enfrentando o Racismo Institucional para Promover a Saúde Integral da População Negra no SUS aconteceu entre os dias 03 e 04 de julho em Brasília, com apoio da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Ministério da Saúde e Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS).
Fonte: Racismo Ambiental

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