Cerca de mil oficiais foram deslocados para a região central da capital para impedir que a marcha, convocada pela Assembleia de Coordenação dos Estudantes do Ensino Médio (Aces, na sigla em espanhol), acontecesse.
Além dessa, outra manifestação estava programada para esta quinta, um dia antes das entidades estudantis darem uma resposta definitiva sobre uma proposta de reforma educacional entregue pelo governo na segunda-feira.
Segundo a imprensa local, a polícia chilena está adotando várias medidas violentas para evitar a concentração e a manifestação de qualquer grupo de estudantes em Santiago.
O ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter, afirmou na quarta-feira que qualquer protesto seria considerado fora da lei. "As marchas se encontram fora da margem da lei, porque não foram autorizadas. Parece-me inconveniente que os movimentos estudantis e o Colégio de Professores se sintam no direito de realizar mobilizações. No Chile, ninguém está sobre a lei", trovejou Hinzpeter.
Há dois meses, as escolas e universidades públicas estão ocupadas e uma ampla mobilização, que chegou a reunir cerca de 400 mil pessoas nas ruas do Chile no final de junho, pedem melhoras na educação.
O presidente da Federação de Estudandes da Universidade de Santiago do Chile (Feusach), Camilo Ballesteros, assegurou nesta quinta, após a violenta repressão ao movimento estudantil, que os jovens continuarão mobilizados para exigir uma educação pública e de qualidade, apesar da proibição do governo de Sebastián Piñera e das ameaças feitas para polícia militar do país (Carabineros).
"Nós continuaremos mobilizados, com ou sem permissão" do governo de Piñera, afirmou Ballesteros em uma entrevista para a rede de televisão TeleSUL.
O líder estudantil enfatizou que "não existe uma democracia real neste país (...) os Carabineros estão nas ruas nos reprimindo e nos revistando, é um crime que sejamos impedidos de caminhar pelas ruas. A repressão é muito grande", considerou.
Ballesteros assinalou que a proposta entregue pelo ministro da Educação, recém empossado, Felipe Bulnes, "é neoliberal (...) Eles (governo) querem manter a lógica do endividamento para os jovens", comentou
Em relação à forte repressão desta quinta, a porta-voz da Federação dos Estudantes Secundaristas, Paloma Muñoz, indicou à TeleSUL que, durante a repressão, "foram levados pressos uma grande quantidade de companheiros, a situação é catastrófica".
"Fomos reprimidos, surrados, lançaram contra nós gás lacrimogêneo, porque o governo não tem disposição para cumprir com as demandas que os estudantes exigem", denuciou.
Com agências
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